Maria
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Minhas Metáforas

Se podes perguntar de onde venho?

Venho de jornadas interiores,

de mergulhos no denso

e profundo da alma em libação.

 

Trago as asas rotas como tu

e o sangue vivo dos tão longos voos

salpicando minhas brancas penas.

Também o limpo pacientemente

de minhas asas fatigadas e fustigadas...

 

Que posso dizer?

Se um pássaro canoro, pássaro-rei

trava guerras interiores para se decidir

entre uma flor que adorna e outra que alça...

que deve esta pequena e triste ave fazer?

Desistir de seus voos de buscas?

Continuar a vida a partir de um ponto final?

Limpar, pacientemente,

as asas fustigadas pelos silêncios,

fatigadas pelo esquecimento

e exaustas de tanto tentar

calar um beijo de amor num ombro que foge?

 

Se podes pousar ao meu lado ainda que escuro?

Sim, quem sabe, em meu cansaço e solidão,

seja o que eu preciso, o que me falta!... seu pouso de luz.

Talvez, talvez consigas ouvir minha linguagem

(pode ser seja uma das que sabes),

escutar a minha voz que ninguém ouve,

decifrar minhas metáforas

e compreender meu triste

e incompreensível cântico de dor e amor...

Maria
Enviado por Maria em 27/06/2023
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