Me vejo hoje... talvez de um jeito que nunca vi.
Tentei me olhar com teus olhos.
E consigo entender que, de fato, sou esse ponto fora da curva,
esse ser, talvez, extraterrestre que carrega nas subjetividades
e vive mergulhada nos subterrâneos e subsolos da vida
enquanto esta se desenrola na superfície azul e brilhante do céu.
Hoje compreendo minhas perguntas e como tudo para mim
sempre teve a ver com a minha própria percepção da vida.
Ouvir que minha forma de perceber e entender a sociedade
é totalmente diferente do que até agora alguém havia escutado
soaria para mim, ontem, como uma crítica, mas, hoje, me soou um elogio.
Minha forma de compreender o mundo não exclui o outro,
não exclui a natureza e sua diversidade
não exclui o sobrenatural e a magia da vida e do amor
que brota de meus pra dentro
e voa pra você em um sentimento que é como música.
Talvez seja essa parte de mim que só você conhece,
a parte in-sensata, a essência de minha existência
desenhada por tuas mãos no livro de nossas vidas.
És tu essa parte in-sensata de mim...
Esse homem, de senso... livre e asas abertas.
O ponto fora da curva em ti sou eu e é você em mim.
Por isso somos iguais. E tão, tão diferentes...
É possível ver nossas similitudes em nossas diferenças
e nossas completudes em nossos contrários...
que tanto nos fazem um ao outro buscar...
Acho que, até me conhecer por ti, e, talvez, ainda hoje,
eu só conheça o prefácio de mim.
E tu que me vês de um ângulo que não me vejo
conheces o todo do livro que sou...
Meu conteúdo, minha essência
Inconclusivas, talvez, porque nossa vida juntos
ainda está sendo escrita, desenhada em nosso espaço,
nos hieróglifos que o tempo nos entrega cotidianamente.
Por isso, é importante que eu olhe em teus olhos
e me olhe pelo ângulo deles - para me ver,
me perceber como tu me vês, como tu me sentes, me percebes.
Afinal foi você que me descobriu mulher, adormecida e perdida,
compreendeu meus secretos, minhas incógnitas
e todas as minhas perguntas sem respostas.
E, foi você que me despertou, me acordou de um sono de milênios
e me deu a chance de me conhecer a mim mesma em todas minhas nuances.
E em todas elas encontro você, homem que me habita,
que mora em mim e faz minha vida um caleidoscópio de vida, amor e paixão...