Maria
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Rastros de Ancestralidade

Também penso neste "resto"

que vive em minhas angústias e perguntas.

Se me colhe de surpresas,

se me surpreende em meu andar

de serenidade ou ansiedades,

na noite, no dia, no amanhecer ou adormecer...

é porque mais me questiono e reflito

sobre o ser, o viver o sentimento que sou.

 

Eu sou, me sei ser e me sei puro sentimento

à transbordar dos olhos,

a luzir meu coração e me deixar entregar,

aquietada de paz, em tuas mãos.

 

É neste questionar-se,

perguntar-se sobre tudo

que eu e você vivemos

que se encontra o que temos

de mais precioso em nós -

a espera que avança (a esperança)

de que tudo pode ser

como nós sonhamos

ou como almejamos

e espera+amamos...

 

E, diz o filósofo, pensar neste resto

é pensar no lugar onde a percepção

não faz mais sentido algum.

E onde o leitmotiv da vida,

o que nos move é o sentimento

de que é preciso tomar uma decisão

e tentar decifrar o enigma do mundo (em Morin).

E o enigma do mundo somos eu e você!

Só precisamos aprender ou reaprender

a mutuamente nos decifrar.

 

Por isso me pergunto:

como decifrar o enigma do mundo,

do cosmo, se o cosmo, o mundo

está em meu interior, vive dentro de mim?

E como decifrar, traduzir em palavras

que o quem vive em mim é você?

E se você vive em mim o todo,

o cosmo é você em mim...

 

Então... Como decifrar o mistério

de que o mundo é você dentro de mim?

São montanhas imensas

que só me mostram o seu topo inalcançável

as incógnitas que me decifram

enquanto eu ainda me pergunto:

como traduzir tua existência ancestral

dentro minh'alma e coração?

 

 

Maria
Enviado por Maria em 18/07/2023
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