Mas, como calar gotejos
em linhares só meus?
São autênticos os anseios
e as constantes buscas
e procuras de luz...
Como-ausentar-se-de-si
para encontrar-se?
A menina de vestido amarelo
do outro lado da janela
quer viver outra vez -
baixar a guarda erguida...
sorrir os olhos na janela de nós dois...
É preciso abrir a porta –
destrancar o cadeado
- tão preso das mágoas da vida...
É fácil dizer – mas como levantar
do que não é mais
e da dor e sofrimento,
pelo que nunca foi, que é?
A poetisa não sabe...
tem mãos de poema,
mesmo escrevendo com o coração...