Me inclino ao perdulário das horas
sem compreender o pêndulo que vem e vai
tatuando o mundo de um eixo e várias rotações...
Como entender o tempo se me travam abismos interiores?
De nada sei sobre mim, mas se me é dito ser é porque não sou...
Se nasci sem o que me falta
é porque a roda da vida me brindou de imperfeições.
E é por causa delas que não sou quem poderia
ou os outros acham que eu deveria ser...
De fato, não sei o sentido da cor,
a força que separa meu mundo da terra
que, agora sei, sou imperfeita por habitar.
Ouço a ordenança das pedras
silenciada em reflexões...
Me calo, não axial,
mergulhada em grãos de solidão...