Se hoje me calo de seu toque de luz,
calam-se, talvez sim, acho que não para sempre,
quimeras na aura do tempo...
E, a cortina da noite cai tristonha e nebulada...
com uma linha no horizonte a separar
a nuvem escura do céu azul e o sol brilhante.
Mas a quem importa?
A quem importa se faz sol ou chuva
em minhas leiras de dentro?... ...
Ainda bem que o tempo é glorioso
em promover esquecimentos...
Por isso, apenas caminho...
ando trilhas e me esquivo de acordos
que um dia comigo me fiz...
É que não sei reconstruir pontes
para céus e luzes que me fugiram,
que não me acolhem mais em seu brilho...
Então, caminho, caminho...
É que também coleciono ventos e céus
em minhas estradas de pedras e viagens.
Paro, respiro...
Acolho profundidades...
E, quando me ponho novamente à caminhar,
estaciono em lugares que ofertam horizontes,
aceitam encurtar distâncias
e desvendar mistérios que trago no peito
amalgamado de sonhos e utopias.
Talvez... talvez, seja esse também
"o meu jeito de me ter com as coisas"...
de me ter em você, minha ânsia
meu sonho de ninho e melodia de amor...