Não sou mágica, nem mesmo fada,
daquelas que andam com as mãos ocupadas
com varinhas de condão
e que dizem poder, num instante só,
transformar a realidade ao redor.

Também não sou filósofa, pensadora, ou mestre,
para que possa sempre refletir
e saber de todas as verdades
que permeiam a vida,
o mundo e os seres viventes.
E, muito menos me obrigo
a saber todas as respostas
para as minhas próprias perguntas.

Prefiro viver no questionar de seus pergaminhos,
pois são eles que me mantém sempre à procura,
sempre à caminhar por entre os claros e escuros da vida,
em busca de copas frondosas de sombra e paz...

Por isso, não me bastam superficialidades
e águas rasas pra o respirar da mente
e o bater descompassado do coração...

Quero mergulhar densa e profundamente
em cada momento que a vida desdobra
como tapete diante dos meus pés ardentes de luz...

sempre à procura do néctar do conhecimento...
de enigmas in(decifráveis)
para o não calar de minhas perguntas...
Bem como, de profundezas escuras e im(palpáveis)
pra alma de poço e o espírito em ebulição...