Também não me contaram
sobre as tristezas da vida
e porque eu não conseguia ver o amanhã.
Quantas vezes tentei impedir a chuva de cair
e hoje ela transborda os cílios
em direção à poeira de meus pés.
E como era possível
que eu pensasse
que poderia impedir o sol de brilhar?
E ele sempre esteve lá!
E continua brilhando,
iluminando as gotas translúcidas
da chuva que cai, em amor, da minha alma.
Eu sempre tive tantas perguntas:
o mundo gira como a bola de gude?
Ou é o espaço que gira ao seu redor
como um pião azul
preso por um fio de corda
em minhas mãos de fada?
Também sinto a brisa sussurrando
por entre as folhas das árvores
e ouço as lembranças nebulosas do passado
caminhando pelas letras tatuadas
nas palmas da minha mão - a minha palavra escrita
que tem as iniciais de um Mar cujas marés
sinto bater forte em meu peito
e nas borboletas que dançam em meu corpo
quando sua mão me toca em feixes de luzes.
Continuo não vendo o amanhã,
nem entendendo o giro da vida
e continuo me perguntando porque a chuva,
às vezes, escorre pela vidraça da alma
transbordando puro sentimento,
desenhando em palavras a minha emoção...