Quem pode compreender
as nuances do tempo
e entender o balé de seu voo?
Se três ou seis sóis,
refletido sobre o pico
de tuas montanhas...
se uma flor de outonos
e um pássaro santo...
os enigmas do tempo
nascem e morrem
como os silêncios
que se quebram em reticências
antes e depois das palavras...
Pode ser o tempo que for...
O tempo é rio cujos seixos
vão ficando
na paisagem das margens
ao navegar vertiginoso
do barco da vida
sobre os carcalhos das águas...
E a flor se inclina reflexiva...
aprendendo esperas
na palavra escrita
desenhada na palma das mãos...