Também trago a pele evanescente,
os olhos cansados e as mãos frágeis
de um longo inverno para o sonho de viver.
Meus olhos se cravam em alto Mar,
nos navios que passam ao largo,
nas gaivotas que sobrevoam meus sentimentos
e pincelam suas penas no ar
enquanto o coração
desliza saudades pela face pálida.
E o diário da vida continua aberto sobre a mesa,
os galhos secos de meus desertos
apontando para o céu azul
enquanto eu tombo e danço como as folhas
e o nanquim desenha hieróglifos ancestrais
diante de teus olhos silenciosos
e teu coração calado e absorto
na melodia do piano de nossa vida.