Não sei se passo ao largo de tudo,
nesta balbúrdia atravessada do tempo.
Não tenho cadeiras no bar
nem mesas cheias de copos e perfumes.
Embora me falte vista panorâmica,
admito que tudo passa como se nada houvesse
e que sou passageira da vida
como as trovoadas de fim de tarde...
Tem épocas que as horas só marcam o fim
como fossem o estertor dos agônicos.
Noutras, só marcam o início, como fossem
a noite do despertar de uma estrela.
Como de nada mais sei...
Peço que haja luz neste madrugar de poemas infindos.
Poema e foto: