Que a semente continue sua viagem por entre as estrelas.
A felicidade do voo é o que todos buscamos.
Alguns desprendem os pés do chão,
asas silentes, e partem em sua longa
e eterna jornada de buscas e procuras.
E assim seguem, como o vento,
plantando sementes, mas sem se fixar em uma flor
ou sem mesmo saber que a semente plantada
germinou e deu flor e deu frutos.
Outros são a própria semente plantada pelo vento.
Germinaram, deram flores, frutos
e hoje vivem a dor da saudade de um vento
que as carregou em suas asas por um tempo
e depois as jogou ao chão.
Também tem aquelas que, plantadas,
estendem seus braços para todas as direções,
buscando encontrar a brisa,
sentir seu toque, sentir seu abraço...
entregando ao seu redor o perfume
e a fragrância de suas pétalas em flor
ou a cor e a saudade de suas folhas
que, para estar com quem ama,
se desprendem de suas raízes,
de seu mundo e se deixam levar pela brisa...
em seu eterno outonar...
Para alguns o mundo é esse eterno outono...
Nasce da folha seca hoje, faz-se flor,
asas de colibri à brisa que viaja -
como tantos personagens -
e cai, ainda hoje, folha seca, presa ao chão...