Tudo pulsa forte!
Tudo bate compulsiva e absurdamente forte.
Não há luz que possa ser lançada
quando o sentimento se cala
e absorve a escuridão.
Não tenho visto as cores da vida dançarem.
Não enxergo mais as flores coloridas
no parador da eletrola no corredor.
Nem ouço mais o vinil rodando
a minha melodia preferida.
É que pulsa forte a erva de espinheira.
É cortante o seu espinho.
Folhas afiadas e dilacerantes
que me foram entregues
ao entardecer do tempo.
Uma palavra e o mundo descambou
numa enxurrada de dor,
um desastre, um evento cujos danos
se perpetuam no tempo...
Tudo pulsa forte!
Tudo!