Maria
Prosa e Poesia
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Textos

 

E a alma varou a noite,

olhos procurando você...

na janela do tempo profundo...

 

Chamei-te em meu silêncio de nuvens,

em minha solidão em dor...

... e o nada veio...

 

A mente, traiçoeira, imaginou

em que braços estaria

que não nos meus...

 

E o coração bateu quase parando,

mergulhado em profundo silêncio.

 

Pânico... Dor...

 

A dor da alma é a mais dolorida.

Aniquila os sentidos, cala a voz,

cala as batidas do peito...

 

E mergulhei em meu medo,

desespero e solidão.

 

A alma chorou abraçada em seus joelhos,

dobrou-se em posição fetal

e balançou-se pra lá e pra cá

como num berço de acalentar despedidas.

 

Os soluços se fizeram ouvir entre as estrelas.

 

O medo se agigantou dentro do peito.

Uma dor sufocou o respirar...

 

Chamei você...

 

... não houve eco à minha voz,

não houve um sussurro de luz

que me acalentasse e me dissesse:

- eu estou aqui, meu amor, minha vida!

Eu estou aqui com você...

 

E a noite estendia seu manto sobre o tempo...

e as horas estagnaram como um marco histórico

para o sofrer atribulado da alma...

Eu me encontrava totalmente só.

 

Aqui sozinha!

 

E a dor dessa compreensão ecoou

no grito audível até em saturno

- afugentando seu arco de luz...

 

E mergulhei em minha própria escuridão,

no pó da estrela que, um dia, eu fui... 

Maria
Enviado por Maria em 26/08/2023
Alterado em 26/08/2023
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