Caminho por entre os espinhos da madrugada,
enquanto o sol decide seguir seu caminho
lamentando a dor e a indiferença causada.
Uma constatação individual de seus próprios passos.
Sou seu espelho. Reflexo de sua dor - eu sou.
Dor advinda do queimar de seus raios em mim.
Uma dor fenomenal que amortece
e anestesia os sentidos da alma
e cala a voz da Flor que não mais me habita.
É lúgubre a noite...
silente e sozinha a hora que avança.
Na madrugada a alma clamou por um olhar,
por um toque que não veio.
A solidão que atravessa a noite
evidencia a realidade.
Sou terra sem grãos para plantar.
Fofa e quente, arada terra.
Vazia de sementes...