Às vezes, é difícil de compreender o seu silêncio.
Também é difícil de compreender
porque o meu silêncio se manifesta falando.
Quanto mais clamo para que se cale,
mais ferozmente ele se expressa.
Como fossemos dois seres ao invés de um.
Eu tento encontrar motivos em seu silêncio para acionar o meu,
mas a minha linguagem se amplia para além do eu posso imaginar.
Eu fico triste por beber constantemente o seu,
mas se torna uma necessidade ignorar o desejo de fazer existir o meu.
Talvez, talvez um dia eu possa fechar o trinco dessa porta
e jogar a chave fora para que nunca mais a encontre.
Morreríamos inanimados nós dois.
E a folha seca, caída ao chão seria minha eterna realidade.