Tem razão o poeta.
Nunca iremos apreender o tempo,
esse fluxo infinito - ou momento fugaz -
entre o que foi e o que poderá vir a ser.
Mas sei que - admitindo ou não -
tenho exercido este desafio - nada pequeno -
de escrever minhas próprias histórias,
de descrever sentimentos e emoções
em toques ligeiros e urgentes
num teclado da vida...
Penso que ainda não sou
matéria morta à beira da estrada.
Já morri e vivi tantas vezes
que cabe um relato numa linha qualquer.
E nessa linha o registro
- tatuado, escriturado, postergado, sim -,
de que não sei mais quem sou.
Sei que não sou mais eu,
mas outra dentro de mim...
Respiro.
Sinto.
E os dedos da alma
- como da vida uma Poesia, um hino -
ainda teimam em ferir
as cordas de meu velho violino...
Poema dedicado ao Poeta e Escritor Oscar Krost.