Em tempos de silêncio
a voz se perde dentro do peito.
E, na verdade, não existem palavras
que possam expressar o sentimento.
Creio que elas não existem ainda.
Deveriam ser criadas
e, no meu dicionário, raso, dicionário....
não há palavras suficientes
que possam expressar a solidão do dia
e a solidão da noite que passou.
Há a tristeza e a percepção sensitiva
de que será assim até o fim da vida .
Enquanto eu falo - ou tento escrever com a voz,
de uma forma diferente -,
as lágrimas escorrem da face,
profusas, quentes, frias, sem cor
e sem que os lábios as beijem para as secar,
mãos que as toquem para as aquecer e acalentar... ... ...
Será assim a minha vida?
Daqui em diante, eu, sozinha, nesta casa,
por eternidades e eternidades,
eternidades e eternidades,
até que minha alma seja levada.
E serão assim os meus dias.
Sem ter com quem falar,
sem ter alguém para conversar...
Aprofundar mais
o conversar comigo mesma,
lutando contra ondas
de ventos gigantes
que tentam me destruir,
as tsunamis a enfrentar.... ....
Serão assim os meus dias...
Como esses...
Serão sempre dias de silêncios...
Assim, assim:
em tempos de silêncios....