Sento aos pés dos poetas
em Arcádias de liras e canções
que me enternecem a alma em libação.
Me deixo guiar
por um Bocage irrequieto,
mergulhando em sua polêmica,
sua insatisfação
e temperamento intempestivo.
Toco sua indignação com regras,
seu primeiro e desiludido amor por Gertrúria,
as noites da boêmia lisboeta
onde granjeava a inquietude
e brigava versos com sua afinada voz satírica
- essa, que lhe permeava o sangue.
Sento aos pés de Bocage
em seu amor por Maria,
em suas odes de amor,
em seu idílio interior
transpassado
por cantatas e epigramas,
pela dor do poeta aflorando
em toda sua sensibilidade,
na sinceridade do seu sentir,
na sondagem interior que tanto me diz
quando viajo em meus pra dentro
em busca do desconhecido
que ainda mora em mim...