Prosa e Poesia
Acho que tem um silêncio nascendo, brotando, um silêncio profundo que... ou... os dedos cansados... eu não sei... De repente me deparei com algumas realidades... de confusões que eu mesma me faço e... que imaginei ser... e não são... Na tela é possível ler as conclusões a que cheguei.
É tudo tão estranho... É tudo tão... Eu não consegui entender.... entender... o que... entender o que... a alma se pergunta: por que ter de passar por tudo isso? Por que ter de... viver... tudo isso?
Eu continuo me sentindo como aquele homem "Truman" que vivia dentro de um mundo criado para ele viver e todo o mundo o observava. E se criavam fatos e se faziam peças, teatros e se vivia e se interagia com ele... e o mundo o observava como ele reagiria diante de tudo. E no fim, mesmo que ele saiu para a liberdade... ele estava sozinho. E sem tudo que viveu ao longo do caminho de sua vida. Nada foi real, tudo foi imaginário, criado... E quando saiu para a liberdade ele perdeu tudo que nunca teve... Tudo era mentira. Tudo foi criado. Tudo foi inventado. E ele acreditava ser tudo verdade...... eu me sinto ele...
A complexidade da vida ela... ela deveria ser só... pra gente entender que a vida é pra ser vivida... Mas não... Nós criamos histórias. Estórias. E inventamos instantes.
E mesmo assim, o olhar se perde no vasto campo, onde um céu se espelha no mar. E por isso o mar fica azul. Por ter o céu dentro dele. Por ter o céu dentro dele. E o devora... Mas, há o campo... o campo verde... dos trigais... o campo verde da aveia... o campo verde das florestas... e aquelas flores amarelas que se espalham por sobre aqueles campos e cujo pólen é levado pelas asas das andorinhas, pelas asas... todas elas que voam... pelos bicos que sorvem o néctar e são levados... e o mundo se renova... ... se renova...
Mas, não pra mim. Hoje eu me olhei no espelho e vi que envelheci muito nos últimos dias. Vi que chorei muito nos últimos dias. E não foi por falta de poesia, mas foi pela desconexão entre a voz do poeta e a mão do homem que escreveu o poema. São duas vidas que não se encontram, que não se tocam, embora sejam de uma mesma alma, de um mesmo coração. São duas vidas onde uma... fere... machuca... e a outra... acaricia com palavras a mesma face... o mesmo coração... Não tem mais como costurar essas almas... o tempo de cozer já passou... não tem mais como juntar o que foi separado. Não, não tem mais...
É tudo tão estranho... É como eu vivesse fora de mim... nesse mundo criado numa peça onde todos que interagem comigo tem uma função criada por alguém que fez um roteiro e que vai conduzindo o teatro... e a peça será aplaudida ... e a protagonista será eternizada... aplaudida de pé... pela sua atuação... Mas, ninguém sabe que ela viveu de verdade... cada ato... ... .... e que sorriu, sofreu, que viveu... que chorou... e que ao final... foi ela... que ficou com a dor... enquanto todos os outros receberam flor e amor... .... .... .... .... ... E... ela está é sozinha... mergulhada em seu próprio silêncio... no silêncio que lhe foi imposto...
As melodias acabaram... a música não se faz mais ouvir... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ela olha o espinho cravado no coração... ela sente cada movimento feito para que doa mais... ... ela fecha os olhos para não sentir... mas, o espinho está lá... cravado... e não há uma mão que o queira tirar... ... ... ... ... ... ...
E... e tudo se cala e todas as portas se fecham... desculpa, comentários não são mais aceitos... ...... perdão, você está bloqueada... sinto muito, sua entrada não é mais permitida... desculpe, o que você quer dizer não importa... que pena, você não é bem-vinda aqui... que triste, ninguém se importa com você... lamento, mas eu não quero vínculo contigo... sei que parece um absurdo, mas não diga que me ama... você tem apenas um valor instrumental... eu preciso de você porque eu não tenho pernas... eu preciso que você me ajude, faça as coisas por mim, as minhas coisas... é só pra isso que preciso de você... nós dois temos o mesmo tema... e é só calamidade... é só desastre... é só tragédia... é só dor e sofrimento... é só tristeza... é só morte... é só pobreza... é só descaso... é só indiferença... ... ... ...
E... e tudo vai ruindo como um rio que despenca do despenhadeiro... e vai rolando e se ferindo sobre as pedras... e chega lá com o corpo rasgado... demolido... despedaçado... destruído... e destruindo... porque é a mão que chora... que faz chorar... a mão que sofre que faz sofrer... o rio que é morto... que faz matar...
Eu olho essa flor... as asas abertas... pronta para o voo... no entanto, ela tá presa ao caule... e mesmo que suas raízes poderiam lhe permitir o voo... as mãos que a plantaram... onde está... não lhe permitiram a asas abrir, voar...
E... e ela chora... .. .... ... ... ... ... ... ... sem entender... por que ela precisa tanta dor passar... e tanta lágrima derramar... qual é o proposito de tantas feridas, de tanta dor...
... e... vai chegar um tempo que nem o bálsamo do amor poderá tudo isso curar... e talvez esse tempo já chegou... com certeza... já se está neste tempo... em que nem o amor poderá... ou pode... a dor... amainar... e a alma curar...
em que nem o amor poderá... ou pode... a dor... amainar... e a alma curar...
em que nem o amor poderá... ou pode... a dor... amainar... e a alma curar...
em que nem o amor poderá... ou pode... a dor... amainar... e a alma curar...
em que nem o amor poderá... ou pode... a dor... amainar... e a alma curar...
em que nem o amor poderá... ou pode... a dor... amainar... e a alma curar...
