O dia acorda tambores de poesia no ar.
Seu rumbar me aponta o caminho
do iluminado de teus olhos
que, densos de procuras, fitam -
longínquos - os meus.
Queria que te demorasses em meu olhar.
Verias o que reverbera em mim,
a flama de amor que me incendeia.
Entenderias porque
o paradeiro de minha alma é a tua.
Sou ave cativa de tuas mãos.
Meu lago interior se esparrama
em tuas terras, na aragem úmida
e quente de teus braços,
na brandura e musicalidade de tua alma.
É ali que me liberto, que rompo minhas amarras,
que acordo meu coração empalidecido
e a sombra silenciosa do medo ancestral
que me tomava
quando eu não sabia quem eu era...
O dia acorda tambores de poesia no ar...
Seu rumbar me aponta
o caminho dos teus olhos...