Acho que com todos os poetas é assim. O lírico é o que o leitor vê.
Escrevo... simplesmente escrevo, sem pensar se há poesia em minhas palavras... se há poesia em mim...
Claro que há poetas que constroem um poema, como estivessem construindo - cuidadosamente - um edifício de palavras, mas há outros que apenas choram e desenham a alma, o coração em cada carta ou poema.
Eu me encaixo entre os que choram e riem... e dançam e desenham... e pintam e se rasgam... e se abandonam dentro do poema... e se deixam levar...
Por isso não machadeio, não picoto, não recorto, não podo palavra nenhuma - mesmo que assim digam as regras. Não sigo regras, nem métricas. Apenas escrevo. Como, não sei... os dedos vão dedilhando palavras... simples assim...
O poema nasce da dor latente, do amor pungente, da alegria expressa, do sentimento vivo.
Como nasceu viverá... e se eternizará no pergaminho da minha escrivaninha...
Apenas escrevo. Preciso. Incansavelmente. Absurdamente. Urgentemente. Escrevo...