Sinto, no vento que sopra,
as saudades das terras que banhou.
Em seus costados o gosto
e o cheiro do que deixou ficar.
O som da madeira das janelas
faz a alma divagar em reflexões.
O tempo passa e com ele
também carregamos
a nostalgia das saudades no coração.
As ternuras do que vivemos,
as dores do que sofremos
e a imensidão de vida
que nos foi dado viver.
No ar o perfume
das flores que plantamos,
no chão o barulho
das pedras que semeamos.
E a vida é assim:
um sopro de brisa
no tapete colorido
do universo de luzes,
e o caos se faz arco-íris
e dengos de paz.
É assim a poesia:
s palavras se arrancam
de dentro da alma
costurando o poema
de cauda de vento.
Sinto, na brisa que sopra,
as saudades das terras,
o gosto e o cheiro
do que deixou ficar...