Não sei o sentido das palavras.
Se soam como um talento encantatório
ou se são um campo magnético
a nos envolver a alma de todas as direções.
Se são um experimentado inefável
a exprimir o que sinto sem permissão.
É que escapam pelos dedos
sem que possa controlar o descambo da alma.
Não entendem fronteiras, cercanias,
campos restritos ao interior falido de (des)emoções.
Se antecipam, provocam,
modificam o pensamento
e se impõe ao sentir do coração.
Como estabelecer um vocabulário
que consiga expressar o amor contido no peito?
Como não apreender sentimentos? Como prendê-los ?
Viajam evocando o encantamento da liberdade...
Ah! E como se entregam ao teu olhar
ausente e esquecido de mim.
Não sei, não sei... o sentido das palavras.
Também não sei criar palavras novas
pra dizer-te tudo que necessito...
Seguem as de sempre, inefáveis,
a exprimir o que sinto sem permissão...
neste momento de solitude de vida... ou.. solidão...