E tem dias, como esse
que agora dobra silencioso
as pálpebras de vida,
que acordo a mão de poema
carente do meigo
aconchego de estrelas,
de aleias mágicas e frescas
para as sandálias dos pés...
de rumores de regatos
tocando as asas do coração...
e o borbulhar dos remos
nas águas quietas e plácidas
de meu próprio igarapé...
Se nasci afeiçoada
à liberdade das auroras
e ao suave ronronhar
do sol poente,
posso compreender
porque me acolho
nos braços feitos da luz,
aconchegada em seus caminhos
ladrilhados de cais...
É que tem dias, como esse,
que acordo carente
do aconchego de estrelas,
de aleias mágicas e frescas
para as sandálias dos pés...