As memórias não são minhas.
No vácuo ensurdecedor do tempo
ainda voava minhas tranças ao vento.
Por isso, nesse sítio não pisei.
Nem nunca pude tocar
num pedacinho da comida
colocada sobre a mesa.
Só sei o sabor do prato vazio.
Mas não precisa ter pena de mim.
Não, não precisa.
Eu sobrevivi a todas as ausências.
E tornei-me forte para encarar
as tragédias que sobre mim se abatem.
Sou asa que voa contra o vento da tempestade.
Por isso não morri quando o sol se escondeu
e não quis mais brilhar em minha vida. Sobrevivi.
Porque amar não é deixar a alma morrer.
Por isso, com asas de fênix me refiz
em meus sonhos e lembranças.
Mas... essas memórias são tuas, não minhas...
embora as guardo comigo, em meu sentimento, emoção...
Porque somos um! Tu és Meu! E eu tua sou...
como as memórias que guardas no coração.