Talvez eu seja esse grão de areia
sendo levado pelas águas
pra lá, pra cá, pra lá, pra cá...
como num berço de balouçar despedidas...
Sou a areia de minha própria ampulheta
e deslizo pó para o lado
onde o tempo se acumula
em montanhas de puro sentimento.
Minha voz perambula desertos
em busca de oásis...
mas me misturo ao próprio chão,
como dele fizesse parte.
Sou o vento de meu próprio voo,
asas de meus sonhos -
que ainda seguro nas mãos...
enquanto os pés
percorrem a pista de pouso
tentando engrenar o voo...