O tempo passa e anuncia
que a roda da vida continua a girar.
Não entendo das lacunas do tempo.
Nem compreendo as escolhas de um sol
que nasce todos os dias para mim,
mas beija outras flores do jardim.
Queria destacar silêncios,
mas vivo entre reticências
que dele querem dizer...
Falo pelas arestas e me rascunho
em margens de poemas
que não sei mais ler.
A mudez desce
pelos laivos dos rios
nascidos na face.
Olhar o vazio e compreender
que se está dentro dele,
num mundo cinza de cor
enquanto se dança a vida
no espaço da vacuidade do tempo,
na janela do tempo profundo,
onde a luz é o Amor e as suas cores
as mãos que acariciam
o coração e a alma
embevecida de sonhos.