Sou eu o vinho envelhecido -
na caneca de folha, na tigela de barro -
abandonado sobre o parador, sou eu.
Sou eu a lâmpada se apagando,
o fogo se extinguindo,
a luz tremendo por dentro,
tremulando saudades
do que nunca teve, sou eu.
Eu sou esse cristal enrugado,
trêmulo, meio trincado...
avanço pelo tempo
me despedaçando em palavras,
fragmentando em versos
que não mais alcançam
o que ousam buscar...
Sou eu...