Não sei o que resta
das vozes de dentro.
Talvez sobrem
murmúrios, sussurros
que se calam nos olhares
na janela do tempo profundo.
A festa da solidão
arde fogos de artifício
num céu de silêncios...
Cestas de flores se aquietam
sobre o tampo da mesa,
mas não dizem do Sol
amarrado à sua Estrela caliente...
Um lampião mortiço
ainda brilha no olhar
que não acredita mais
num horizonte de luz...
Não sei, não sei
o que resta
das vozes de dentro.
Talvez sobrem murmúrios,
sussurros que se calam
nos olhares na janela
do tempo profundo.