Sou ele. Tonta e flutuando entre a nesga da noite
e o sonho do amanhecer do dia.
Talvez eu nunca soube abraçar a luz,
apalpar suas pétulas,
tantas vezes, vestidas de minha solidão.
E na quietude do nosso espaço,
a mudez que tangia os meus pra dentro
era o diálogo com o Sol distante
que também emudeceu seus raios
nos 7 cantos do meu mundo...
Fui a chama acesa que surgiu no horizonte.
O candeeiro que brotou em suas mãos
e afogou-se em águas tão azuis
que a vida lhe fugiu do peito.
Conheço esses açoites
que ardem e prumam
na carne de sentir profundo
que bate à porta
quando a luz se estende
sobre os telhados
a dedilhar violinos para o Sol que surge
com seus raios de Luz e Cor.
Seus dedos nunca a tocaram como o sonho
e o beijo de ombro ainda flutua, quente,
entre na passagem da porta que sai e que entra...