Maria
Prosa e Poesia
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Brando Amor

 

Quase sempre caminhamos

buscando a escuridão da noite

em meio à luz do dia.

 

Depois choramos lágrimas de fogo

por não saber conviver com a luz

que longe surge sobre os limites

entre o céu e a terra.

 

A dor sentida anestesia a alma

e paralisa o corpo de sonhar.

É onde se perde o prumo da vida

e rastejamos ao chão

tentando encontrar o fio

que nos liga às estrelas,

o veio de ouro perdido.

 

E quando a mente percebe o que se foi,

as mãos, antes cheias e agora vazias,

choram forte a escuridão que jogou fora

ou deixou - dela - fugir o candeeiro de luz.

 

Se tuas mãos dela se perderam,

mas ainda anseiam fadas

e corrimões de criança

estenda os braços

pela janela do tempo profundo

onde o sol fogoso brilha,

e a luz jubilosa aguarda

o beijo que nunca chegou

com a alma aperolada

de meiguices e do brando Amor. 

Maria
Enviado por Maria em 15/12/2023
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