Talvez eu seja mesmo
sonhadora, romântica,
calando a voz no céu da boca,
mas deixando arder os sentidos,
não podendo calar o sentimento.
Em meu dicionário
as palavras existem assim,
doloridas, pungentes,
coloridas, felizes...
Talvez bonitas, sensíveis...
para serem, sim, sentidas!
Eu tentei calar a vida,
mas nunca consegui....
Ela pulsa em mim,
em meus pra dentro
como um véu que se estende
sobre as florestas
encharcando a sede de suas raízes.
Mas a Rosa se foi, partiu...
num ir sem querer...
Suas pétalas tombaram
com a tempestade,
mas suas sementes galgam o tempo
e me falam para não esquecer
de brindar a vida...
Me dizem para viver
um emocionante tempo,
fazendo valer cada hora,
cada minuto, cada segundo,
mesmo que seja assim,
como sempre vivi...
numa nota só...
como não houvesse amanhã.
Pintura: Anna Razumovskaya