Ela é um ponto fora da curva

Fui fazer uma entrevista de trabalho com a Superintendente da Defesa Civil de uma cidade vizinha. Fernando, componente da minha equipe foi comigo.

A Superintendente havia feito a graduação comigo. Então nos conhecíamos e já havíamos estado juntas em muitas lutas. A entrevista demorou a iniciar e, do seu início ao final, levou uma hora e meia. Logo após nos dirigimos à saída. Fernando foi à frente.

Segui-o, avoada como sempre. Não sei se já contei aqui, mas tenho dificuldades em caminhar em lugares públicos, espaçosos (shoppings, lojas, ruas). Fico como que no ar. Não sei pisar no degrau da escada rolante, tenho desentendimento com elevadores, essas coisas. Me perco nos corredores da universidade, entro em sala de aula errada.

É que vivo num outro paralelo - acho. Fora do mundo. Ou, como me dizem há anos: você é um ponto fora da curva!. Pois é. E não é que sou mesmo?.

Pois, fui andando pelo corredor no meio das mesas dos funcionários da Defesa Civil ainda ouvindo a voz da Superintendente dizendo para vir mais vezes. Abri a porta para sair e o assombro meu (e de todos presentes): não é que eu havia entrado dentro de um armário? Pensa no vexame. Até hoje gargalho e me avexo pela situação. Fernando me olha e já sei o que está querendo falar...