Tocas a mim com tua voz
de poema.
O essencial que vive em ti
voa até meu coração
qual pássaro em manhã
de gorjeio.
É quando semeias
tuas estrelas em minha alma,
quando derramas a tua tinta
azul de sentimentos
em minha face de amor.
Quando o silêncio morre em ti,
tua voz ressoa como os sinos
na torre da igrejinha da vila
e faz ondas nas águas plácidas
do lago da minha alma.
Amanheces em meu peito
como as montanhas verdes
e ensolaradas do nosso Natal,
como um ninho sussurrando florestas
e os cochichos das fontes e rios
que costuram cachoeiras de palavras
ao pólen das flores
que garlam o vento
no ventre das primaveras
e no silêncio das sementes
que só você sabe cantar.
Foto: Luis Leite