Se nasci mestra em modelar nuvens,
por que não consigo ver este talento?
Minhas mãos as tocam quando no céu,
mas, é como se entre nós existisse um véu.
Quando criança, as modelava com os olhos,
Deitada na terra, me perdia no céu, a voar...
Criava histórias, desenhava grandes sonhos
E as asas se iam, por sobre das árvores os pomos.
Era meu jeito de ser rainha do meu pequeno mundo...
Às vezes, sentada no tronco da porteira do potreiro
Eu divagava - pensar de criança, embora já profundo.
O campo, o território! Bois e vacas, povo do meu reino!
Todos os dias uma nova e linda viagem - além-mundo,
Da ruiva menina de sonhos, tranças e olhos matreiros...
Dialogando com o Poeta e Escritor Marco Antonio Mondini
Boa noite, Maria, muito gentil teu comentário em meu conto "O modelador de nuvens", doce como teus poemas.
Me permita apenas uma correção: você nasceu mestra em modelar nuvens, talvez não saiba que sabe modelar. Talvez não seja no céu que você as modela, mas nas páginas onde escreve poemas, e elas chovem sentimentos bons na gente. Talvez as tuas não sejam nuvens de gotículas de água, mas de letrinhas que juntas flutuam no espaço interior das pessoas. // Eu acredito que semeamos o futuro da civilização em cada ideia ou sentimento que redigimos, uma responsabilidade descomunal, porque uma imagem maldosa pode germinar no coração de alguém que venha a remar contra a evolução do espírito humano, e vice-versa. Escrever sobre o amor, a ternura, a paz é uma missão.
Ao Poeta
Boa tarde.
E para terminar um e começar no outro ano, sigamos... modelando nuvens...
Muito obrigada!
Abraço.
Maria.