É sempre a mesma face,
a mesma boca,
os mesmos olhos que te fitam
com amor e ternura.
É sempre a mesma voz que canta,
tenra, branda, apaixonada.
É quase sempre o mesmo verso,
a mesma poesia, a mesma letra
nas onze linhas da vida.
Parágrafos abstraídos da alma,
dos recantos mais escondidos
do coração.
É o assombro do mistério,
a disrupção do silêncio,
o impacto
revolucionário e inovador
da luz que fala
como voz ou ouvido no deserto.
"Voz ou ouvido no deserto? Não sei, não sei...
Sei que ouço a mudez porque também me calo
quando mais me faço ouvir...
É quando falo por linhas em branco,
palavras não ditas, reticências
infindas e estrepitosas...
Quando o silêncio e o aconchego dos abismos,
a quietude e profundeza do caos
causam tanto estrondo
que nada como a afonia da alma
para expressar sentimentos,
tão absurdos e densos...
Como disse o poeta 'o poema é bálsamo
para quem tem a confraternidade no coração'.
Mesmo... mesmo sua tessitura
de difícil deglutição...”
Mas, sim, com certeza... o poema é
Oásis de Amor e Paixão.