Não há limites para o tempo no deserto.
Das sombras também emergem versos
e um grão de areia pode ser
uma pedra rara e preciosa.
O deleite da alma é pela voz que canta na imensidão,
a onda que conecta o sentir de seu som
e o sopro das luzes das estrelas no céu anil
que tantas esperanças carregou nos lábios.
Há sempre um Sol na noite enevoada
de sinos e faróis que apontam,
qual flechas certeiras, para as nuvens.
Por isso, preciso do silêncio
e da solidão dos meus desertos
para que me minha alma saiba
que das sombras também emergem versos
e que um grão de areia da ampulheta do tempo
pode ser uma pedra rara e preciosa
que a Vida decidiu -
em forma de seu coração -
finalmente - me entregar...