O tempo passou e vejo que continuo mendiga do tempo,
mãos carregadas de sonhos e horizontes.
Mas, hoje não ando seca de pensamentos,
nem me acolho mais só em abismos da mente
com medo de dizer o que quero
ou me escondendo do mundo
como a maior das hipócritas.
Sei que nem sempre há quem ouça
ou queira ouvir raízes interiores.
Por isso, ainda confiro as inferências da alma,
parindo poemas nas madrugadas
ou nas horas quentes do dia...
todos gestados nas profundezas dos sentimentos,
desenhados em sonhos e memórias dentro de mim.
Pintura: Anna Razumovskaya