Tenho diante de mim - de longa data -
uma estrada não percorrida.
Já sei seu cheiro,
conheço o manto de relva que a cobre,
toquei sua face de luzes,
ouvi sua voz de Cantor...
No entanto, meus pés nunca a tocaram...
quando dou um passo adiante...
seu horizonte foge, se afasta,
se camufla, se esconde...
e mantém-se distante, de Mim... de Si...
E... uma emoção
me embarga a voz e perturba a visão.
É como se o caminho fossem folhas
aveludadas, camufladas de pétalas...
e meus olhos
não soubessem compreender
a essência da minúscula flor...
ou não a vissem...
nunca a tocaram...
é estrada não percorrida...
talvez jamais seja...
Intertexto com
Poema e foto: