Sigo com meu quintal carregado de estrelas
Que cintilam alquebradas de silêncio
Enquanto turvos rios se desdobram sobre as pedras
Para afugentar paisagens pintadas
Em suas margens de ardosa e cimento.
E se não sei o significado de suas águas
Nem porque correm sempre para o mar...
Talvez seja porque não possa compreender
A alma do rio, a dor que corta suas entranhas
Em territórios que jamais o aprisionarão...
Não há mais tempo para não sonhar, não, não há...
A vida é um túnel que se afunila numa ampulheta
Sem olhar a bússola marcando a direção...
Que me permita navegar minha canoa
Remos e horizontes - mesmo sem habilitação...