Não é destruindo espelhos
para esconder a sujeira do rosto
ou quebrar a própria face
que vamos provocar mudanças
ou a inserção de novos paradigmas
em nossa vida.
Os desvãos da alma
são abissalmente mais profundos
do que um desenho na superfície lisa
e brilhante do vidro...
É só se demorar profunda
e reflexivamente na retina dos olhos...
Então a alma revela
o que está escondido na penumbra...
O cerne de olhos famintos,
as des(ritmias) e descompassos do espírito
e as in(sanidades) e arestas da alma...
É por isso que, muitas vezes,
o poema desabrocha
tristezas e inlucidezes
em sua busca por telheiros
e espelhos de paz...