Desculpa minha insensibilidade à dor visceral e intensa.
Tua dor ecoou em mim e a solidão
que o coração machucado sente calou fundo em minha alma.
Também sinto essa sensação de paralisia no peito,
a dor indescritível na alma que se agiganta a cada dia
diante do medo de que o dia almejado nunca vai chegar.
Ah! E o que falar da escuridão que parece envolver o horizonte,
que atravanca os sentidos e anestesia
o vigor do corpo em busca do caminho de luz.
Desculpa minha insensibilidade à dor visceral e intensa.
Ela ecoou em mim de teu espelho de palavras.
O coração sentiu seu calar fundo na alma
como uma tatuagem que não quer mais se apagar...
É essa angústia da ausência
que fazemos na vida um do outro quando estamos distantes.
Essa ansiedade tamanha que afoga a alegria
e nos deixa assim: olhos cachoeirosos
e coração atormentado pelo medo e angústia.
Mas, nós sabemos, sabemos sim... de longa data,
que mesmo nesses momentos de profunda dor,
há uma centelha de esperança que persiste,
uma esperança de que o caminho
se abra para a conexão e a alegria eternas.
Que essa esperança seja uma luz
para guiar teu/meu coração através desses momentos difíceis.
Que a felicidade exploda despejando vida em nossos olhos sonhosos,
que os perfumes amadeirados e terrosos do dia
façam emergir alegria, contentamento, vida e paixão
por entre as cores de nossa vida.
Te amo: também te amo, Amor!
Te espero: me espere!
Venho, manso e intenso,
como a garoa fria e molhada
e a névoa de Fogo e Sol
da manhã do dia que ainda vai chegar!