Maria
Prosa e Poesia
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Olhos Cachoeirosos

Desculpa minha insensibilidade à dor visceral e intensa.

Tua dor ecoou em mim e a solidão

que o coração machucado sente calou fundo em minha alma.

Também sinto essa sensação de paralisia no peito,

a dor indescritível na alma que se agiganta a cada dia

diante do medo de que o dia almejado nunca vai chegar.

Ah! E o que falar da escuridão que parece envolver o horizonte,

que atravanca os sentidos e anestesia

o vigor do corpo em busca do caminho de luz.

 

Desculpa minha insensibilidade à dor visceral e intensa.

Ela ecoou em mim de teu espelho de palavras.

O coração sentiu seu calar fundo na alma

como uma tatuagem que não quer mais se apagar...

É essa angústia da ausência

que fazemos na vida um do outro quando estamos distantes.

Essa ansiedade tamanha que afoga a alegria

e nos deixa assim: olhos cachoeirosos

e coração atormentado pelo medo e angústia.

 

Mas, nós sabemos, sabemos sim... de longa data,

que mesmo nesses momentos de profunda dor,

há uma centelha de esperança que persiste,

uma esperança de que o caminho

se abra para a conexão e a alegria eternas.

 

Que essa esperança seja uma luz

para guiar teu/meu coração através desses momentos difíceis.

Que a felicidade exploda despejando vida em nossos olhos sonhosos,

que os perfumes amadeirados e terrosos do dia

façam emergir alegria, contentamento, vida e paixão

por entre as cores de nossa vida.

Te amo: também te amo, Amor!

Te espero: me espere!

Venho, manso e intenso,

como a garoa fria e molhada

e a névoa de Fogo e Sol

da manhã do dia que ainda vai chegar!

Maria
Enviado por Maria em 13/04/2024
Alterado em 21/04/2024
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