Vestida de andorinhas,
o pensamento fazendo acrobacias
entre a tensão da dialética,
o diálogo da contradição
e o diálogo dinâmico real.
Não quero saber de adeuses.
Não pedi para isto escutar.
Mas hoje escuto os sentidos.
E continuo me importando,
me importo sim.
Quando há o que enxergar
o que não queremos
é claro que fica cada vez mais óbvio...
porque quando agarramos o sonho
também fugimos dele,
posto que quanto mais próximo do sonho,
mais longe dele estamos,
dado que ao dele nos aproximarmos
mais sonho realizado ele se torna
e menos sonho sonhado.
Ah! que ela agora vem com estas contradições
que nada esclarecem, mas questionam,
inquirem, desafiam o pensamento concreto
e o abstrato também.
Uma louca na sacada da vida
esperando as rosas crescerem
e estenderem seus ramos
para depois tecerem o caminho inverso
caindo em cachoeiras de flores
pelas varandas do mesmo casarão?
Isto é contradição!
Mergulho no escuro
e no inefável do pensamento.
E, contraditoriamente,
encontro a Luz !