Maria
Prosa e Poesia
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Deixa as águas levarem

 

E deixa as águas da vida levarem as pétalas da Flor,

deixa as águas turbulentas afogarem

cada semente de amor a ser gerada,

deixa as chuvas com suas enxurradas

levarem o caule, as raízes, as pétalas....

para que não nasçam mais sementes,

pra que se morram as esperanças,

para que se calem para sempre

as cores e os veludos dessa Flor.

 

Singre tua vida para longe desse jardim de amor

se ele te causa tanta dor e sofrimento,

se ele te fere, se ele te machuca tanto...

Deixa nascer a terra árida neste vale onde ela vive.

Deixa se fazerem desertos

neste lagar de amor em que ela está plantada, deixa.

 

Deixa tudo se transformar em caos

para que ela não sobreviva,

para que seu amor

dedilhado em cores e perfumes,

na seda de suas pétalas,

na beleza de sua alma,

no âmago de seu espírito pereçam

e jamais ousem renascer...

para que não se perpetue

o seu legado de amor e vida,

a sua alegria de viver,

a sua festa por amar e poder,

em palavras, em melodias,

em cores e luzes o seu sentimento -

ao mundo e ao coração

que lhe habita para sempre - entregar.

 

Mas lembre-se: estás dentro desse coração...

irás com ele para onde as águas -

as pétalas, com os espinhos, o caule, as raízes -

a tua Flor de Amor para longe de ti levar... 

 

Poema e Foto:

Maria
Enviado por Maria em 30/04/2024
Alterado em 30/04/2024
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