E deixa as águas da vida levarem as pétalas da Flor,
deixa as águas turbulentas afogarem
cada semente de amor a ser gerada,
deixa as chuvas com suas enxurradas
levarem o caule, as raízes, as pétalas....
para que não nasçam mais sementes,
pra que se morram as esperanças,
para que se calem para sempre
as cores e os veludos dessa Flor.
Singre tua vida para longe desse jardim de amor
se ele te causa tanta dor e sofrimento,
se ele te fere, se ele te machuca tanto...
Deixa nascer a terra árida neste vale onde ela vive.
Deixa se fazerem desertos
neste lagar de amor em que ela está plantada, deixa.
Deixa tudo se transformar em caos
para que ela não sobreviva,
para que seu amor
dedilhado em cores e perfumes,
na seda de suas pétalas,
na beleza de sua alma,
no âmago de seu espírito pereçam
e jamais ousem renascer...
para que não se perpetue
o seu legado de amor e vida,
a sua alegria de viver,
a sua festa por amar e poder,
em palavras, em melodias,
em cores e luzes o seu sentimento -
ao mundo e ao coração
que lhe habita para sempre - entregar.
Mas lembre-se: estás dentro desse coração...
irás com ele para onde as águas -
as pétalas, com os espinhos, o caule, as raízes -
a tua Flor de Amor para longe de ti levar...
Poema e Foto: