A impossibilidade de ser pássaro,
pousar em teu ombro,
me dilacera
a tristeza de não ser mar,
envolver teu corpo tostado
me penumbra a alma,
a dor de não poder ser vento,
e brincar com os teus cabelos,
me atormenta,
a necessidade de ser água,
que te mata a sede,
me alucina,
a certeza de jamais ser teu sol,
teu remorso e tua grande alegria,
me estraga a vida,
e a ternura frustada,
e o beijo não dado,
serão levados pela água pura,
pelo vento triste, pelo sol no mar,
pelo pássaro pousado no fio...
Carlos A. A. de Sá (Jornalista e escritor).
Este poema conheço desde adolescente.
Me fez chorar muito em meus caminhos pela vida.
Não tenho certeza se é de Carlos de Sá, mas está num livro dele.
Lindo, triste, lindo. Profundo...
Queria dizer tudo isso...
Queria escrever assim...
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