Quando a vida deu
uma guinada radical
eu me descobri:
sou só palavras.
Toda feita delas
me contemplo
no pouco que sou.
Fiz inventário de mim mesma
e o que restou foi
uma mala de peles avulsas,
uma estante medieval
de livros e palavras,
uma antiga escrivaninha de gavetas
para guardar memórias e quinquilharias
e escorar minha janela do tempo profundo...
Uma ancestral cadeira de balanço
e... uma floresta que transborda
pela sacada dos olhos.
Tudo muito antigo,
tudo muito velho
para alcançar a Luz do Sol,
as Bandeiras de Juventude
e as Person(as)
que me encantam a alma.
São 180 anos
de horas do tempo
que se completaram...
E Ninguém viu,
Ninguém lembrou.
In(existo).
Sou só um nome,
um simples nome
boiando poemas e poesia
em meu Mar azul
e minhas xícaras de canyons
intensos e profundos.
Um brinde Maria: um brinde!
Que nunca te falte a verve ardente e profunda!