E o mundo gira e volto ao bom e velho jeito de falar. Nada como uma carta para falar o que vai na alma ou mesmo, somente, para dialogar com um amigo nas ondas do dia.
Enquanto a música toca reflito. Tudo está tão confuso no mundo. As pessoas não se entendem mais. Momentos conflitantes, desanimadores me empurram pra trás e pra frente em suas marés diuturna e noturnamente. Sou como a espuma do mar que, jogada nos paredões, retorna ao mar sem saber o que foi que lhe atordoou.
Problemas aqui e ali - nunca dantes enfrentados - me fazem refletir e repensar a que vim ao mundo. E o cabo de guerra entre as ondas do destino não para... e eu no meio das cordas que apertam... sendo estraçalhada...
Como me sinto? Queria tomar de uma nave e voar para fora da Terra. Voar para Marte, Júpiter, Plutão. Acho que o último seria mais razoável já que se encontra equidistante até de si mesmo... Seus caminhos são obscuros e silenciosos. Talvez seja o que preciso.
E não sou só eu que sofro com tudo isso. Outros também sentem o escaldar das adagas cravando na carne.
O território que piso se transformou num campo de obscuridade e crueldade.
E o mundo gira. E eu ainda estou dentro dele... Vou saltar... quem sabe o universo me acolha em seus braços de estrelas que já morreram há bilhões e bilhões de anos-luz de meus olhos que se fecham para a vida e o sonho...