E hoje era em teu colo
que eu queria deitar e sussurrar estrelas,
a alma entrelaçada em teus dedos,
em teus carinhos em meu rosto,
em tua respiração em meu peito,
em teu abraço, intenso, sem fim, em meu corpo.
E queria, olhos grudados nos teus,
lábios tocando a tua pele pedir:
perdão, meu anjo, por não te amar
como queres ou necessitas,
por não saber o que fazer
com tanto sentimento contido
em meus versos de dentro,
sempre suspirando,
sempre respirando o amor puro,
sem mácula, amor perene.
E quando o vento soprar
a dor da saudade em meu corpo
porque chegou a hora de meu fim,
erga a face para a montanha
que te abraça, e que sou eu a te cuidar,
e debruce sua vida na essência do que és.
Fale ao mundo o que hoje não falas,
conte a história de dois corações
que se amam intensa e profundamente e nunca,
nem pela morte separados irão,
um em outro deixar de ser.
E quando, em luto, precisares falar,
quando a voz embargar, secar, na garganta,
as mãos tremerem sobre o papel
e as lágrimas molharem até as bordas do mundo,
saiba que tua alma me alcançou na eternidade.
E eu serei teu anjo de luz, teu pequeno milagre,
a iluminar teus caminhos até que vieres me encontrar.