A vida real está "suspensa". Muitas vezes, é essa a sensação, o sentimento. Bem comumente, aliás. A vida real está "suspensa". Vive-se no plano estático de uma lâmina de cristal. Narizes encostados no vidro, olho no olho, coração com coração, mas a vida real está "suspensa". Perde-se a essência do toque, o pele a pele, a mão quente deslizando nos cabelos, acarinhando a face amada. Falo da singularidade da vida que pulsa, que sacode o coração, mas... que vive na distância, em latitudes e longitudes incomensuráveis do tempo do tempo. É, a vida real está "suspensa"! E dos olhos tristes descem cascatas que serpenteiam por entre os laivos que o tempo teceu na face sentida e sozinha...